terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Shelley - Adonais


IX 
       Oh, weep for Adonais! The quick Dreams, 
       The passion-winged Ministers of thought, 
       Who were his flocks, whom near the living streams 
       Of his young spirit he fed, and whom he taught 
       The love which was its music, wander not— 
       Wander no more, from kindling brain to brain, 
       But droop there, whence they sprung; and mourn their lot 
       Round the cold heart, where, after their sweet pain, 
They ne'er will gather strength, or find a home again. 

X 
       And one with trembling hands clasps his cold head, 
       And fans him with her moonlight wings, and cries, 
       "Our love, our hope, our sorrow, is not dead; 
       See, on the silken fringe of his faint eyes, 
       Like dew upon a sleeping flower, there lies 
       A tear some Dream has loosen'd from his brain." 
       Lost Angel of a ruin'd Paradise! 
       She knew not 'twas her own; as with no stain 
She faded, like a cloud which had outwept its rain. 

XI 
       One from a lucid urn of starry dew 
       Wash'd his light limbs as if embalming them; 
       Another clipp'd her profuse locks, and threw 
       The wreath upon him, like an anadem, 
       Which frozen tears instead of pearls begem; 
       Another in her wilful grief would break 
       Her bow and winged reeds, as if to stem 
       A greater loss with one which was more weak; 
And dull the barbed fire against his frozen cheek. 

XII 
       Another Splendour on his mouth alit, 
       That mouth, whence it was wont to draw the breath 
       Which gave it strength to pierce the guarded wit, 
       And pass into the panting heart beneath 
       With lightning and with music: the damp death 
       Quench'd its caress upon his icy lips; 
       And, as a dying meteor stains a wreath 
       Of moonlight vapour, which the cold night clips, 
It flush'd through his pale limbs, and pass'd to its eclipse. 

Shelley

The Past

I.
Wilt thou forget the happy hours
Which we buried in Love’s sweet bowers,
Heaping over their corpses cold
Blossoms and leaves, instead of mould?
Blossoms which were the joys that fell,
And leaves, the hopes that yet remain.

II.
Forget the dead, the past? Oh, yet
There are ghosts that may take revenge for it,
Memories that make the heart a tomb,
Regrets which glide through the spirit’s gloom,
And with ghastly whispers tell
That joy, once lost, is pain. 

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Love's Philosophy

The fountains mingle with the river 
   And the rivers with the ocean, 
The winds of heaven mix for ever 
   With a sweet emotion; 
Nothing in the world is single; 
   All things by a law divine 
In one spirit meet and mingle. 
   Why not I with thine?— 

See the mountains kiss high heaven 
   And the waves clasp one another; 
No sister-flower would be forgiven 
   If it disdained its brother; 
And the sunlight clasps the earth 
   And the moonbeams kiss the sea: 
What is all this sweet work worth 
   If thou kiss not me? 

sábado, 9 de julho de 2016

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Série O Olho de Hórus

A Escola de Mistério - Parte 01



Osíris, o Senhor da Reencarnação - Parte 02


A Esfinge, Guardiã do Horizonte - 03


A Flor da Vida - Parte 04


Saqqara, o Complexo de Cristal - Parte 05


Saqqara, a Máquina Quântica - Parte 06


Dendera, o Amanhecer da Estronomia - Parte 07


Edfu, o Caminho da Compreensão - Parte 08


Kom Ombo, o Portal da Liberdade - Parte 09


Philae, o Princípio Feminino - Parte 10 (final)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Carta do cacique Seattle a Francis Pierce


 "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
    Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
    Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
 
 
  Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."